sexta-feira, 2 de julho de 2010

Familia

Deve haver clareza no projeto familiar


Prof. Eduardo Cattaneo

• Muitos dos fracassos familiares devem-se à incapacidade, por parte dos cônjuges, para fixar um projeto familiar comum. Este projeto deve começar a ser formulado desde o noivado. E deve ser reformulado depois, para adequar-se à realidade familiar.

• Já pensaste se esperas de teus filhos algo semelhante às expectativas que deles tem tua esposa ou esposo? Se não o fizeste até hoje, esperamos que este artigo possa ajudar-te.

Não te apresses, espera o melhor momento para falar sobre isto com tua esposa ou esposo.

Muitas vezes este projeto comum existe, ainda quando não se combinou explicitamente, subjacente no interior e no atuar de ambos os membros do matrimônio; contudo, é sempre bom levá-lo ao nível de um plano comum perfeitamente explicitado. Desta maneira evitaremos tomar caminhos contrários que desorientem nossos filhos.

• Dentro desse projeto familiar não só se deve ter em conta o que esperamos de nossos filhos, mas também o que esperamos de nosso cônjuge. Também isto deve ser explicitado, buscando o melhor momento, já que isto não deve ser causa de atritos, mas de tranqüilidade.

• Muitas vezes acontece que os cônjuges chegam ao matrimônio com um projeto que inclui a própria felicidade, e os filhos como parte dessa realização pessoal. Mas deveríamos ter em conta que nossos filhos são pessoas distintas e livres, com capacidades e inclinações próprias que devemos respeitar encaminhando-as para o bem.

• Nossas esperanças a respeito dos filhos, e aquilo que nós queremos de nossa esposa ou esposo, sempre devem ser flexíveis, já que estamos diante de pessoas que atuam livremente, nosso cônjuge e filhos mais velhos, ou que se encontram conquistando sua liberdade, como nossos filhos pequenos.

• Uma vez que nos colocamos de acordo com nossa esposa ou esposo teremos que comunicar a nossos filhos o que esperamos deles. Para isto também deve-se buscar o momento adequado.

A Forma e o Momento Adequados

• Deve-se procurar, assim como para qualquer conversa familiar, esperar que aqueles com quem temos que falar estejam tranqüilos. Além disso, os temas devem ser colocados de forma amável.

• As conversas deveriam ser desenvolvidas em um clima de carinho, alegria, confiança, tranqüilidade e delicadeza. Desta maneira será mas fácil que a outra parte nos escute com melhor disposição.

• Nunca devemos colocar estes temas em momentos de tensão, durante alguma briga familiar, ou diante de uma desgraça. Isto sempre soa ao outro como se lhe estivéssemos colocando a culpa.

• A confiança necessária será obtida sempre que creiamos em nosso filho e demonstremos que ele pode confiar em nós, porque cumprimos nossas promessas.

Aqui há uma questão importante: muitas vezes para nos livrarmos de um problema, ante a insistência de nossos filhos sobre algum assunto determinado, lhes dizemos que cumpriremos seus desejos depois, mas sem estar seguros se poderemos fazê-lo e, outras vezes, estando seguros de que não poderemos. Isto termina minando a confiança que nossos filhos teriam depositado em nós.

• As conversas devem ser realizadas de forma carinhosa e delicada. Sem se irritar nem gritar, e estando dispostos a admitir se nos equivocamos; mas, no caso de nossos filhos, com firmeza: exigindo e corrigindo.

• Se não estamos seguros de ter conseguido o momento adequado é preferível não dizer nada, já que bem poderemos causar efeito contrário ao que buscamos.

Fonte: http://www.acidigital.com/familia/projetofamiliar.htm

A paz começa no lar

A paz começa no lar

 
Embora nenhum de seus filhos "pinte" para delinqüente, é necessário ter presente que a violência pouco a pouco entra nos lares. Por exemplo, você sabia que 25 por cento das garotas nos Estados Unidos são agredidas por seus namorados e o que é pior, a maioria delas acredita que isto é normal?
Ao escutar notícias lamentáveis como estas e pensar que em tudo o que acontece no mundo, não se pode deixar de perguntar... Quem pode ser capaz de semelhante barbaridade... em que coração humano cabe tanta frialdade... quem pode ser capaz de tanta violência?
Desafortunadamente, esta é uma realidade que é vivida em todos os lugares, que afeta a todos, e de muitas maneiras. É verdade que a violência sempre existiu, mas o mais perigoso agora, é que começa a ser tolerada, a ser aceita como inevitável: sem ir muito longe, seria inusual encontrar um filme onde as balas, o sexo deliberado e a crua violência não fizessem sua aparição; ou algum semanário ou jornal onde não seja uma notícia policial a que estampa a primeira página.
Entretanto, o homem não é feito para a guerra, é feito para a paz.
E isto pode ser assegurado porque a história nos demonstra que o homem que vive na violência se auto-destrói. O difícil e complicado do tema é que a paz não se dá instantaneamente nem por mandato, não se obtém sem esforço, nem se compra ou pede emprestada: a paz tem que nascer do coração de cada homem.
E se não há paz no coração, como pode haver paz em um povo, em uma nação, no mundo?
Viver em paz
É por isso, que manter a paz é uma obrigação primária para todos, mas em especial dos pais, pois é no lar onde se aprende a viver e construir a paz; é ali onde os pais têm a enorme responsabilidade de ensinar aos filhos a maneira de comportar-se, de tratar aos demais e de resolver os problemas.
É incrível como até em uma pequena sociedade como a família, onde existe carinho entre seus membros, pode perder-se a paz. Não há dúvida de que a paz é algo muito frágil pela qual deve-se trabalhar pacientemente todos os dias para conquistá-la.
Mas antes de alcançar isto, tem-se primeiramente que ter claro como se vive a paz.
Ao contrário do que muitos acreditam, a paz não é a ausência da guerra, nem é somente o respeito aos outros.
Quão fácil seria e também quão perigoso se os pais só tivessem que respeitar aos filhos para poder ter um lar cheio de paz!: "Ah, sim, meu filho quiser ter seu quarto todo bagunçado, devo respeitá-lo"
A paz se vive:
· Ao ter um verdadeiro sentido de justiça.
· Quando não só se reconhecem os próprios direitos, mas também os dos demais.
Se é reconhecida a dignidade de seus filhos como pessoas. Muitas vezes ao vê-los pequenos, alguns pais se aproveitam deles e cometem verdadeiros abusos de autoridade.
· Ao ensinar aos filhos a distinguir entre o bem e o mal, ao formar neles uma consciência reta, à vez que se trabalha pela paz.
Quando os filhos são pequenos, os pais são como uma "consciência externa" deles (como o Grilo Falante em "Pinóquio"), daí a importância de seus atos e julgamentos.
Exaltar o valor da vida humana, sua dignidade e seu direito. Tanto a vida deles mesmos como a dos que o rodeiam tem um imenso valor, desgraçadamente com tanta violência (nos meios de comunicação, no meio ambiente), as crianças não apreciam este valor.
Passos para alcançar a paz (na virtude)
Vontade. Muitas vezes embora as crianças conheçam o bem e o mal, falta-lhes força de vontade, não aprenderam o hábito do esforço, são crianças "boas", mas talvez estas crianças não aprenderam a dominar-se, nem a pensar nos demais, nem a sacrificar-se, sentem que o mundo gira ao redor deles, muitas destas crianças se tornam "tiranas".
Exigência. Os filhos devem ser exigidos, claro que dentro de suas possibilidades, ensiná-los a enfrentar os problemas e a esforçar-se para resolvê-los, que saibam sentir-se orgulhosos de terem sido capazes de realizar as coisas por si mesmos.
Valentia. Que tenham heróis que inspirem sua vida, mas que sejam heróis de grandes ideais, porque atualmente são apresentadas às crianças a violência como forma de heroísmo, necessitam dos pais para que lhes ensinem o que é nobre e grande.
Respeito. Cuidar para que as crianças não adquiram o costume de tomar as coisas dos outros, por mais insignificante que seja o roubo; e se quebra algo alheio, deve ser reposto, ensinar-lhes que as coisas alheias sempre devem ser respeitadas.
Generosidade. É algo que por si é difícil nas crianças, é nesta idade quando tendem a ser mais egoístas, por isso é importante que eles vejam um bom exemplo: como seus pais ajudam ao necessitado ou ao que tem algum problema (dentro das próprias possibilidades).
Para despertar nas crianças o sentido de generosidade, pode-se acostumá-los desde pequenos a renunciar algo seu e compartilhá-lo com alguma outra criança.
Cortesia. Gastón Courtois disse que a cortesia "é filha do respeito ao próximo e irmã da caridade". Aquele que é cortês sabe que não é o centro do mundo, é uma pessoa que pensa nos demais e em seus sentimentos.
O domínio de si mesmo é um elemento que vai de mãos dadas coma cortesia. Uma criança sente raiva porque algo saiu mal ou porque um irmão quebrou-lhe alguma coisa e não é ensinado a se controlar, quando grande lhe será muito difícil, se não impossível manter o controle de seus atos e muito menos respeito pelos demais.
Ordem. É um elemento essencial para que haja harmonia e equilíbrio em um lar. Quando há ordem em uma casa, há normas e limites, isto proporciona segurança aos filhos e lhes ensina a ter disciplina.
Caridade. Não se pode deixar de mencionar este valor essencial para que haja paz, pois é um elemento que determinará a qualidade da pessoa e sua capacidade para relacionar-se com os demais.
Buscar o bem pessoal e o dos demais é justamente o que traz como conseqüência a paz.

A paz é o resultado de muitas atitudes, todas estas fundamentadas precisamente na caridade, não entendida como esmola, mas como amor.
Gastón Courtois também escreveu: "Quando a caridade domina, a humanidade se engrandece. Quando o egoísmo reina, a humanidade se rebaixa".
Que responsabilidade têm os pais de ensinar esta virtude aos filhos! Em suas mãos está o que haja sociedades justas e pacíficas.

Fonte:http://www.acidigital.com/familia/pazcomeca.htm